Objetiva (2005), 287 páginas |
"Ela evocava um homem tão possuído pela música que trabalhava do amanhecer ao anoitecer, quase sempre esquecendo de comer; sem amigos por escolha própria; inspirado mais pelo ritmo das palavras do que por seu significado; que tinha confiança absoluta no valor duradouro da arte e dizia que a música era 'a mediadora entre a vida da mente e a dos sentidos'." (Impressões de Bettina sobre Beethoven, em carta a Goethe)
Premiado autor de biografias, o queniano Edmund Morris dedicou 50 anos de sua vida a estudar a vida e a obra da "mente mais possante na história da música", Ludwig Van Beethoven (1770 - 1827), cujo nome é sinônimo de genialidade não só no Ocidente mas em todo o mundo. Daí o subtítulo, "O compositor universal", desta breve mas pungente biografia que é "a história de uma vida, e não uma pesquisa sobre a obra de Beethoven". Como o autor diz no prólogo, "a universalidade de Beethoven, [deve-se a] sua habilidade de englobar a ampla gama da emoção humana, desde o terror da morte ao amor à vida - e a metafísica mais além -, reconciliando todas as dúvidas e conflitos em uma catarse de som". Movido pela "grandeza de suas aspirações", o mestre alemão "[sentia] que compunha [...] para a comunidade humana". A "intemporalidade de Beethoven", "sua originalidade [que] o impedia de repetir-se", tornaram-no, dentre os grandes compositores, "o mais duradouro em seu apelo a diletantes e intelectuais".