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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Resenha: "Memórias de minhas putas tristes" (Gabriel García Márquez, 2004)

Record (2005), 132 páginas
"No ano que completei noventa anos, quis presentear-me com uma noite de amor louco com uma adolescente virgem".

É assim, sem a menor cerimônia, que Gabriel García Márquez apresenta a história do solitário jornalista de um jornal provinciano que, ao completar 90 anos, escolhe a luxúria como forma de provar a si e ao mundo que ainda está vivo.

O título do livro, dependendo de grau de moralismo de cada um, pode levar o leitor mais apressado a ficar com um pé atrás e questionar se não está diante de uma história de insólita libertinagem ou se o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura teria se transformado num velho safado.

Contudo, basta evoluir um pouco na leitura para afastar essas impressões iniciais e perceber que nada disso se confirma no decorrer da obra.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Resenha: "Crônica de uma morte anunciada" (Gabriel García Márquez, 1981)

Crônica de uma morte anunciada é um livro curto, de fácil e rápida leitura, mas nem por isso deixa de ser uma construção fascinante, devido à narrativa brilhantemente executada e profundamente marcada pela poesia.

A obra inicia com a revelação, logo nas primeiras linhas, do seu esperado desfecho, mas, curiosamente, isso não prejudica sua capacidade de envolver o leitor até suas derradeiras páginas, na medida em que o suspense é deslocado para outros aspectos relacionados ao evento principal, a morte de Santiago Nasar.

A narrativa é contada em forma de reconstrução jornalística por um amigo de Santiago Nasar anos após o ocorrido e se desenvolve com a superposição de versões apresentadas pelas pessoas que estiveram próximas a ele no último dia de sua vida, a partir das quais vai se montando um quebra-cabeça cheio de incertezas, esquecimentos e contradições, cujas peças vão se encaixando pouco a pouco.

Aqui reside um dos pontos interessantes de Crônica de uma morte anunciada, a viagem pela memória coletiva e de como ela pode ser esquiva, ou até mesmo enganosa.

A trama dos irmãos Vicário para matar Santiago Nasar, motivada pela necessidade de resgatar a honra da família, embora premeditada e conhecida por toda comunidade, jamais será evitada, pois ninguém consegue alertar Santiago Nasar a tempo de salvá-lo de seu trágico fim, paradoxo sintetizado com maestria pelo autor na frase “A fatalidade nos faz invisíveis”.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Meus encontros com Gabriel García Márquez



Muitos sites e blogs já estão fazendo a devida homenagem a esse escritor. Seria muita pretensão acreditar que eu poderia fazer melhor. No entanto, humildemente, venho relatar minhas impressões sobre este artesão da literatura.
Nosso primeiro encontro foi com a obra "Cem Anos de Solidão", um volume de 394 páginas desafiando-me a disciplina de começar e terminar um romance cujo enredo exigiria de mim uma leitura atenta, sem pressa.
O que eu não contava era com o envolvimento... sim, o envolvimento que aquela história tão cheia de personagens e voltas e reviravoltas acabou me conduzindo. Não conseguia acreditar, já chegando perto de terminar, que faltassem tão poucas páginas para o tanto que eu ainda imaginava que poderia vir a acontecer. E assim, num ritmo de alguém que nos conta um causo, e acerta o tom da voz, prendendo nossa atenção, ele fez desse romance uma grande surpresa em minha carreira como leitora.

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