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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Resenha: Estação Carandiru (Drauzio Varella, 1999)

Companhia das Letras (2012), 232páginas
"Nada é mais triste na vida de um homem do que acabar seus dias numa cadeia"

Meu caso foi diferente do que comumente se diz por aí: assistir primeiro ao filme foi o que me motivou a procurar o livro. Carandiru (2003) foi marcante. O livro no qual se baseou deveria ser algo mais! Aquela realidade me era desconhecida na prática (graças a Deus!) e na teoria, e o livro, sempre mais rico em reflexões do que qualquer adaptação cinematográfica poderia ser (mesmo uma excelente), decerto apresentaria, com ainda mais propriedade, conhecimentos sobre este submundo que sempre me deixou perplexo: o da mente criminosa. E foi uma mente em particular que me fez pôr Estação Carandiru (1999) em minha lista de desejos, e daí na pilha de leituras pendentes, e então na escala de tempo dispensado ao mergulho consciencial que a literatura tem o poder de nos fazer viver. 

No filme, "Peixeira" (interpretado por Milhem Cortaz) é um assassino que se vê subitamente no limiar do remorso pelas vidas que entregou à morte na ponta da "bicuda". A emocionante cena em que ele adentra uma igreja evangélica e "aceita Jesus", a despeito da arrepiante seqüência da rebelião e invasão do presídio pela PM, que resultou no famigerado massacre de 2 de outubro, com 111 detentos mortos, é a que guardo com maior comoção, tanto pelo milagre do arrependimento redentor como por sua conseqüente escolha de trilhar o caminho inverso dos demais, aquele que o conduziu da morte para a vida.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Resenha: "Bling Ring: a gangue de Hollywood" (Nancy Jo Sales, 2013)

Intríseca (2013): 272 páginas
“Pra mim é toda a ideia em torno do narcisismo e dos reality shows da TV e da obsessão com as redes sociais, tudo pelo qual os jovens dessa geração se mostram obcecados – seguiu ela – e do modo como são mimados. Eles – os garotos da Bling Ring – não viam problema em entrar naquelas casas e pegar o que quisessem.”

Entre 2008 e 2009, as residências de Lindsay Lohan, Orlando Bloom, Paris Hilton e diversas outras celebridades foram invadidas e saqueadas. Os ladrões, um grupo de jovens criados em um endinheirado subúrbio de Los Angeles, levaram o equivalente a 3 milhões de dólares em joias, dinheiro e artigos de grife, como relógios Rolex, bolsas Louis Vuitton, perfumes Chanel e jaquetas Diane von Furstenberg.

Os jovens da Bling Ring iam muitas vezes “às compras”, como se referiam aos seus roubos, munidos de listas de roupas que pertenciam às suas vítimas famosas, itens selecionados a partir de suas pesquisas na internet. As notícias surpreendentes sobre o caso chocaram Hollywood e intrigaram o mundo. Por que esses garotos, que em nada correspondiam à tradicional imagem dos bandidos, realizaram crimes tão ousados?

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Resenha: "Um bom professor faz toda a diferença" (Taylor Mali, 2012)


Sextante (2013): 118 páginas
"Os professores preferem se concentrar no verdadeiro objetivo: não necessariamente produzir futuros graduados em Harvard, mas estimular o desenvolvimento de indivíduos que gostem de aprender coisas novas, sejam naturalmente curiosos, confiantes e flexíveis e estejam prontos para qualquer desafio que encontrarem pela frente."

Nesta data dedicada a homenagear o professor, nós do blog sugerimos a leitura desta obra por resgatar o valor desse profissional. Texto direcionado tanto a este, que muitas vezes se vê desmotivado no exercício da profissão, assim como para nós, que fomos, ou ainda somos, alunos. Pois todos nós tivemos um professor que nos ensinou algo. Pode ser aquele professor formal, da escola, como pode ser aquele que encontramos na vida, em momentos únicos e que muito deixam em nossa alma.

O autor escreveu a presente obra para explanar a experiência que tivera, quando, numa reunião social, determinada pessoa tentou denegrir sua carreira. Em resposta, fez uma poesia, pois na hora o sentimento de revolta não lhe permitiu racionalizar uma resposta educada mas contundente à pessoa. Este livro tratará das partes que a compõe, que foi inspirada desta provocação e que acenderá em mil corações o desejo de lecionar.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Resenha: "Nossos filhos são espíritos" (Hermínio C. Miranda, 1995)


Lachâtre (2012): 240 páginas
"A geração de um corpo humano para que nele se instale um espírito é uma decisão grave, pejada de implicações e consequências. Representa um convite formal a alguém que já existe numa dimensão que nos escapa aos sentidos habituais e que estamos propondo receber, criar e educar, oferecendo-lhe nova oportunidade de vida."
 Obra indicada por um conhecido, que foi escolhida para continuar nossos estudos espíritas aqui em casa, considerando o fato de sermos responsáveis por pequenas almas. Tamanha responsabilidade levou-nos a buscar literatura para compreender sua evolução física. Superada, em parte, esta etapa, passamos para algo mais complexo: a compreensão sobre a alma desses seres tão pequenos e indefesos, mas que acabam nos ensinando mais do que esperávamos.

Esta obra é de leitura fácil e informativa. O autor almeja conversar, iniciando o leitor na compreensão dos termos que serão comumente referenciados no decorrer da obra. Não é voltada exclusivamente para o público espírita, mas, dado os seus fundamentos, traz conceitos que estão intimamente presentes no Espiritismo. O objetivo é conscientizar pais, espíritas ou não, da responsabilidade que lhes recai nas mãos com a chegada de uma criança (seja gerada ou adotada). Uma decisão que deve ser refletida e assumida com seriedade.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Resenha: "Carta a D. - história de um amor" (André Gorz, 2006)

Cosac Naify (2006): 80 páginas
“Preciso reconstruir a história do nosso amor para apreender todo o seu significado. Ela foi o que permitiu que nos tornássemos o que somos; um pelo outro, um para o outro. Eu lhe escrevo para entender o que vivi, o que vivemos juntos.”

Até o lançamento deste que foi seu último livro, o austríaco André Gorz (pseudônimo do jornalista e filósofo Gerhard Horst) era conhecido por suas obras nas áreas da filosofia e da sociologia, bem como por sua atuação política nos acontecimentos de Maio de 68 na França e em outros eventos marcantes da cultura deste país, onde se radicou.

Carta a D. transformou-o instantaneamente num enorme sucesso literário, com mais de cem mil exemplares vendidos.

O livro foi escrito para homenagear Dorine, sua esposa, com quem partilhou a vida por quase sessenta anos. Desde o início da década de 1990, Gorz vivia em retiro com a mulher, que sofria, há anos, de uma doença degenerativa.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Resenha: "A arte de amar" (Erich Fromm, 1956)

Ed. Itatiaia (1958), 171 páginas
"Quem nada conhece, nada ama. Quem nada pode fazer, nada compreende. Quem nada compreende, nada vale. Mas quem compreende também ama, observa, vê... Quanto mais conhecimento houver inerente numa coisa, tanto maior o amor... Aquele que imagina que todos os frutos amadurecem ao mesmo tempo, como as cerejas, nada sabe a respeito das uvas." (Paracelso)

Esta é a citação que consta do livro antes de iniciarmos a leitura, o que, de certa forma, possibilita um vislumbre da proposta do autor. Não se trata de um tratado a respeito do amor, é uma obra curta. Contudo, não te iluda leitor, pois cada parágrafo possui uma mensagem para refletir; o que nos faz parar para pensar e perguntar: "Será?"

Conheci Erich Fromm pela aquisição da obra "Anatomia da Destrutividade Humana", por indicação de um amigo (aguardem resenha para o próximo ano. "Excelente obra!"). Encantada pela fluidez do texto e sua lógica de pensamento, resolvi pesquisar outros trabalhos de sua autoria. Foi quando cheguei nesse livro, cujo título me arrebatou na hora: "A Arte de Amar". Quis saber o que ele tinha a me dizer a respeito do amor. Feito o pedido na Estante Virtual, o intervalo entre a espera e chegada da obra encheu-me de expectativas. Iniciada a leitura, não me decepcionei. Não se trata de romance, e nem de texto técnico. O autor consegue conversar com o leitor, fazendo as pausas necessárias para que o mesmo possa refletir a cada argumentação ou questionamento.

Antes mesmo de chegar à última página, já teria encomendado outras edições para doação ao Projeto Ler é Viver. Sabe aquele livro que te conquista e tu queres que todos que tu conheces, ou não, também leiam? Foi assim que me senti: inebriada. Vou te contar a razão de tudo isso... só um pouquinho. Espero que o suficiente para despertar em ti, estimado leitor, a curiosidade de também descobrir o que este livro tem a te dizer.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Resenha: "Em busca de sentido" (Viktor E. Frankl, 1946)

Ed. Vozes (2008), 184 páginas
 "Quem tem por que viver pode suportar quase qualquer como" (Nietzsche)

Prezado leitor, eis uma obra que deves ler com cuidado.

Se gostas de História, de saber detalhes sobre os fatos que fazem parte dos livros que estudamos na escola; ou és alguém que aprecia relatos pessoais, situações extremas, que nos levam a "vivenciar" o que, para nós, distantes no tempo, é só um fato com data e personagens para lembrar na hora de uma prova... Enfim, qual seja o teu perfil, este livro é para alguém que está preparado para ler um depoimento sensível e, ao mesmo tempo, consciente sobre os acontecimentos num campo de concentração na época da II Guerra Mundial. Acontecimentos que nos chocam e nos atemorizam por ainda notá-los nos dias de hoje.

O diferencial deste livro, para outras obras que narram vivências semelhantes, é o autor ser médico, especialista em Psiquiatria. Alguém que perdeu o pai, a mãe, o irmão e sua esposa, com quem se casara em 1941 (no ano seguinte, todos estariam em campos de concentração). Sem saber de seus entes queridos, de sua amada esposa, Viktor E. Frankl precisa conviver diariamente com a dor e a perda da sensibilidade diante das atrocidades vividas e vistas. O que poderia fazer sentido em se manter vivo? O que poderia levar um homem suportar um dia de cada vez, entregue ao destino, temendo, inclusive, qualquer tomada de decisão, dada a apatia em que se encontrava? Conheça um pouco mais sobre esta obra, que nos apresentará a linha Psicoterapêutica desenvolvida pelo autor chamada Logoterapia.

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