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FEB, 495 páginas |
"A expiação não seria necessária no mundo, para burilamento da alma, se compreendêssemos o bem, praticando-o por atos, palavras e pensamentos" (Emmanuel)
Para o cético, a autoria desta obra cabe ao mineiro
Francisco Cândido Xavier (1910 - 2002), de cujas mãos saíram mais de 400 obras, muitas das quais com tiragem de milhões de exemplares, portanto entre os títulos mais lidos da produção literária nacional. Dessa forma, sendo Chico Xavier o autor, por que então seu nome não figuraria na galeria dos grandes escritores brasileiros?
Para milhões de espíritas e simpatizantes, porém, "Há dois mil anos" foi produzido através de um fenômeno mediúnico chamado "psicografia", por meio do qual uma entidade espiritual se manifesta no plano material e dirige um veículo humano, o médium, para a escrita de suas ideias. Aliás, por esse motivo, Chico Xavier renunciou aos direitos autorais de todo seu trabalho porque "os livros não são meus, são obra dos espíritos".
Considerado um dos dez melhores romances espíritas do século XX, "Há dois mil anos" surpreende por seu valor literário e espiritual. De fato, a obra trata de acontecimentos do primeiro século, entre os anos 32 d.C e 79 d.C., cujos desdobramentos trazem ao primeiro plano dramas psicológicos intensos vividos por personagens marcados por tragédias em amplos aspectos da experiência humana (doença, crise conjugal, desvarios de sensualidade, cobiça, orgulho, vingança, etc.) mas também por culminâncias das potencialidades muitas vezes ignotas do Homem, na fidelidade, na amizade, no perdão e, acima de tudo, na conquista da fé.