terça-feira, 20 de novembro de 2012

20 de Novembro: Dia da Consciência Negra


A literatura é de fundamental importância na transmissão de informação e conhecimento, seja meramente fictícia, seja na história.  Embora ela seja escrita por quem saiu vitorioso, sempre existe aqueles excluídos que se revoltam, sejam por suas ações, como Zumbi dos Palmares, sejam pelos que retratam essas lutas deixando os legados de tais feitos para a posteridade. Neste contexto, podemos citar o grande poeta baiano Antônio de Castro Aves, que em suas poesia denunciava as atrocidades cometidas pela ação dos navios negreiros, sendo este um dos títulos de uma das suas obras.  Outra obra maravilhosa, que ressalta a formação de nosso povo e nossa raça, é Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre e em nosso pequeno acevo temos o livro Irmão Negro, de Walcyr Carrasco. E, em se tratando de escravidão, é até estranho falar em abolição dos escravos.  Difícil ver os elogios à Princesa Isabel: ela aboliu a escravidão ou condenou homens, que eram livres em suas terras (África), à escravidão eterna? 
Ao contrário do pensamento dominante, entendo que a abolição dos escravos foi na verdade um descarte.  Descartaram vidas ao seu destino, porém, como um navio em alto mar, sem motor, à deriva.  Eles saíram das senzalas sem rumo, como um pássaro que passou a vida toda na gaiola . Se ver livre da prisão, com  asas sem treinamento, com o mundo pela frente, mas sem saber voar. 
Jogados na rua, o destino dos seus descendentes estava definido: favelas, palafitas, moradias sob viadutos, subempregos, falta de saúde e de educação, marginalização. 
Vocês acham realmente que a Princesa Isabel é uma heroína?  Ou ela livrou os senhores de engenho de uma grande dívida social?  Esse roteiro nos remete a um livro cujo título é: O Médico e o Monstro, Dr. Jekyll e Senhor Hyde.  Quem o escreveu foi Robert Louis Stevenson.  É a tradução clássica do mal e do bem que regem a vida humana e seus atos.  Muitas vezes o sorriso esconde a face da maldade!  As ações escondem seu real propósito, sua verdadeira intenção.

Por Miguel Rodrigues de Oliveira Filho

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